No dia 11 de Setembro de 2001 encontrava-me em Charleston, nos EUA, a participar, em representação da minha organização, numa Conferência anual de organizações de todo o mundo promotoras de intercâmbios de estudantes.
Faltavam uns minutos para as 9 horas quando entrou na sala o delegado da Alemanha, Reinhold. Vinha branco. Olhou para nós e disse "Um avião foi contra o World Trade Center".
Custou-nos a acreditar, mas ele insistiu. Fomos imediatamente para os quartos mais próximos da sala de reuniões para ver nos televisores o que se estava realmente a passar. Nessa altura ainda todos julgávamos que fora um acidente. Lembro-me de pensar em relação ao piloto:"é preciso ser desastrado para ir contra uma coisa tão grande!"
Enquanto olhávamos, um segundo avião foi contra a outra torre. Já não restavam dúvidas, era mesmo um ataque deliberado.
Tinha chegado a Nova Iorque na véspera para depois apanhar o voo para Charleston. A minha primeira reflexão foi “E se eu só tivesse vindo hoje?”
Colegas de alguns países apanhados ainda em viagem com destino ao local da Conferência sofreram atrasos devido às medidas de segurança que foram imediatamente acionadas. Recordo-me que a delegação japonesa ficou dois dias no Alaska à espera de voo para Charleston. Não deve ter sido agradável.
Os americanos ficaram estupefactos. O mito da invulnerabilidade dos Estados Unidos sofrera um rude golpe. O inimigo atacara-os na sua própria casa.
Tive a oportunidade de observar o comportamento do povo americano perante um acontecimento desta magnitude.
Nas ruas constatei o elevado grau de patriotismo que é típico de todos os americanos. Poucos minutos depois dos ataques já todas as casas tinha bandeiras americanas, havia bandeiras nos carros, nas lojas, por todo o lado. As pessoas, na rua, andavam com bandeirinhas na lapela ou noutro local visível.
Isto, para o povo americano, simplesmente não podia ter acontecido.
Foi um dia que, infelizmente, nunca poderei esquecer.
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