A ideia que defendo neste artigo baseia-se numa descoberta que fiz num mapa da Austrália quando, em 2000, me preparava para visitar aquele país.
Tinha sido convidado para participar em dois workshops: um, apenas aberto a alguns países convidados, em Perth e o outro, com envergadura mundial, em Sydney.
Como faço sempre que vou a um país que me interessa conhecer melhor pela primeira vez, tratei de, por um lado, aproveitar para visitar estabelecimentos de ensino e pelo outro de tirar algum tempo por minha conta para ficar a conhecer melhor algumas partes do país.
Essa preparação envolve sempre cuidadosa investigação sobre o que me poderá interessar ficar a conhecer. Foi nessa altura que, num mapa bastante ampliado, descobri a palavra Abrolhos.
Tratava-se de umas ilhotas, rochas ou pouco mais, localizadas junto à costa ocidental da Austrália, a meio caminho entre Perth e o extremo noroeste do país.
Ora “abrolhos” é uma palavra antiga que caiu em desuso e cujo significado é:
Formações rochosas situadas à superfície da água. E no sentido figurado: O que é muito difícil, trabalhoso, árduo; em que há dificuldades. “Sua vida foi uma sequência de abrolhos intermináveis”; “meteu-se em abrolhos”.
Não custa nada imaginar que navegadores portugueses fossem desviados da sua rota um pouco mais para sul, para uma zona de rochas baixas, que criava problemas à navegação. Daí o nome Abrolhos. Que pelos vistos ficou.
Confesso que não encontro outra explicação para o aparecimento de uma palavra portuguesa tão antiga num mapa da Austrália.
Daí a minha teoria: Fomos os primeiros europeus a pisar terras da Austrália.
Aguardo a reação de quem possa não estar de acordo ou tenha outra explicação.
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