Fui pela primeira vez a Atenas em 1978. Nos anos 70 e 80 fui à Grécia com certa frequência, primeiro por obrigações a nível profissional mas também para conhecer melhor o país e o seu povo.
Quero partilhar estes apontamentos que escrevi no início da década de 80 quando já tinha estado uma meia dúzia de vezes em Atenas.
Fui talvez um pouco injusto ao dizer que não há nada que ver em Atenas. Sempre que ia a Atenas por minha conta ficava num pequeno hotel que dá pelo erótico nome de Erecthion por ficar junto a um monumento com o mesmo nome. A avenida onde está situado contorna a Acrópole e subindo vou até ao Parténon.
Naquela altura podia-se visitar tudo o que havia na Acrópole, entrar no Parténon e contemplar de perto a grandiosa estátua de Atena.
Algumas igrejas ortodoxas são minúsculas, como é o caso da que está na foto, que fica “encaixada” dentro de um prédio.
Gosto de deambular pela Acrópole e ir descobrindo outros monumentos: o teatro de Dionisos, o Asclepion, o templo de Hephaistos. Continuando a descer vou ter ao espaço que corresponde à antiga Àgora. Um pouco mais abaixo e estou na Plaka, uma espécie de “Bairro Alto” de Atenas, com lojas, restaurantes e bares.
O outro espaço que não pode deixar de ser visitado é o Museu Arqueológico. Não o fazer seria uma falha imperdoável.
De Atenas recordo ainda a Syntagma, com os seus cafés e o edifício do parlamento em frente. O render da guarda chama sempre a atenção dos turistas. Trata-se do cerimonial militar mais ridículo que já vi.
Não muito longe fica um parque onde gosto de passear. Tem recantos agradáveis e não me parece perigoso.
Também gosto de subir ao longo de ruelas íngremes e muitos degraus ao monte Philopapus, de onde tenho a melhor vista sobre Atenas. Devo ser o único turista que vai até aqui, nunca vi lá mais nenhum.
Já falei dos condutores, agora vou falar dos táxis. Tinha sempre apanhado táxis à chegada ou à partida, entre o aeroporto e o hotel. Certo dia tive que apanhar um táxi algures em Atenas. Por mais que acenasse nenhum parava para mim. No entanto paravam para outras pessoas que lhes gritavam quando eles passavam.
Entretanto descobri também que paravam independentemente de já terem outros passageiros, ou não.
Levei algum tempo a perceber o sistema: grita-se ao táxi o nome do local para onde pretendemos ir. Se ele vai nessa direção para e leva-nos, mesmo que já tenha outros passageiros. Depois vai-nos largando pelo caminho, ou aceitando novos passageiros. Nunca entendi muito bem o sistema de pagamento. Pagava o que me pediam e nunca me senti enganado.
Mais tarde, na Turquia, percebi que o sistema grego deve ter sido inspirado nos Dolmus turcos, como aliás muitas outras coisas gregas de que irei falar.
Note-se que das últimas vezes que estive em Atenas foi de passagem, pelo que é possível que estes meus apontamentos já estejam desatualizados. Mas os gregos, pelas notícias que aparecem na televisão, não mudaram muito.
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