Caminante, no hay caminho, se hace caminho al andar.
É a frase que está na primeira página do meu livro “Facing Challenges”
Escolhi esta frase do poema de Antonio Machado porque ela reflete aquilo em que acredito e que passei a vida a tentar transmitir aos mais jovens.
Comecei há dias a ler o segundo livro de André Leonardo, “Faz Acontecer, Portugal”. Logo nos primeiros capítulos descreve a sua experiência no Caminho de Santiago. Subiu ainda mais na minha consideração. Sempre pensei que gostaria de o fazer mas nunca tive a coragem suficiente para o tentar. Além disso, pergunto a mim próprio se conseguiria fazê-lo sozinho.
Não sou homem para longas caminhadas. Sempre gostei de andar e em jovem andava bastante, mas nunca distâncias demasiado longas ou por períodos de mais de um dia. Podem dizer “Mas deste a Volta à Europa em 1959”. É verdade, mas sempre à boleia.
Mas admiro os caminhantes e gosto de ler os relatos das suas experiências.
Fiquei encantado quando li “Leva-me contigo” o livro em que o jovem escritor Afonso Reis Cabral descreve os 738 km da A2, de Chaves a Faro, que fez a pé. Decidi que queria conhecê-lo. Tive uma breve conversa com ele na Feira do Livro e, claro, o seu livro autografado.
No fundo, temos que decidir, ainda enquanto jovens:
- Queremos seguir o caminho já trilhado pelos outros ou o que iremos criar para nós próprios?
- Descobrir por nós próprios ou ter a papinha já feita?
- Lutar por aquilo em que acreditamos ou deixar andar porque dá menos trabalho?
- Deixar que as coisas aconteçam, ou fazer um esforço para que aconteçam da forma como desejaríamos?
Os pais devem entender que a sua função não é decidir o que nós iremos ser ou fazer. O nosso futuro deve ser traçado por nós próprios, com a ajuda dos nossos pais.
Temos que saber arriscar. Se não arriscarmos nunca iremos saber aquilo de que seríamos capazes. Podemos errar, mas errar não é grave. É com os nossos erros que aprendemos mais.
Não nos devemos precipitar. Muitos jovens, bem como seus pais, parecem estar cheios de pressa de completar um curso. Parece ser esse o objetivo das suas vidas.
Porque não esperar, nunca usar a palavra “perder”, um pouco mais de tempo? Porque não aguardar até encontrarmos aquilo que parece que esteve sempre ali, à espera que o descobríssemos.
Partindo do princípio que o nosso objetivo é SER FELIZES.
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