Nunca me envolvi em atividades de caráter partidário, mas isso não me impediu de, quando solicitado, participar em atividades políticas de âmbito nacional. Mas nunca em representação de determinado partido.
Celebrando-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas fui procurar nos meus arquivos qualquer referência ao meu envolvimento nas celebrações desse dia. Sabia que tinha participado, mas não me recordava dos pormenores nem das datas.
Pois bem, foram apenas duas, ambas durante a presidência de Mário Soares. Na primeira, em 1987, o Presidente decidiu convidar jovens oriundos de Comunidades Portuguesas de todo o mundo. Estando ao corrente do trabalho que a Intercultura, de que eu era o Secretário Geral na altura, desenvolvia no acolhimento a estudantes estrangeiros no nosso país, pediu-nos para organizar todo um plano de atividades que envolvessem esses jovens durante a sua permanência no nosso país. Foram ainda convidados para uma visita ao Palácio de Belém, devidamente acompanhados por elementos da nossa organização.
Foi um desafio interessante e trabalhoso, mas correu tudo bastante bem. Na visita ao Palácio de Belém achei que quem tinha estado a trabalhar mais diretamente com esses jovens é que devia ir a acompanhar o grupo, pelo que decidi não ir. Houve quem me censurasse e quem se admirasse por eu não ter ido, mas considerei que não fazia sentido os meus colaboradores terem tido todo o trabalho e ser eu a ir receber os louros.
Já em 1988 a situação foi bastante diferente. Integrada nas comemorações, a Comissão Parlamentar de Juventude foi convidada a organizar um Seminário sobre a data na Assembleia da República e eu fui um dos oradores convidados. Foi a única vez em toda a minha vida que tive a ocasião de falar num plenário da Assembleia da República.
Mais um pequeno episódio para as minhas memórias.
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