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Embaixadas em Portugal

Hoje vou falar das embaixadas de outros países em Portugal onde já estive.

Tenho que começar por ter que confessar nunca ter estado na que deve ser a mais bela. A Embaixada de Espanha, no Palácio de Palhavã.

Na Embaixada de França, igualmente bela, situada no Palácio de Santos, ou de Abrantes, estive apenas uma vez, numa receção.


O mesmo acontece com a Embaixada do Reino Unido, na Rua de S. Bernardo. Houve um Embaixador que é casado com uma antiga participante nos meus cursos no estrangeiro. Conheci-o num evento organizado pela British Portuguese Chamber of Commerce mas não considerei oportuno falar-lhe no assunto.


Há três Embaixadas com que tenho tido contactos todas situadas no mesmo edifício da Avenida da Liberdade. São as do Canadá, Irlanda e Austrália. Tive reuniões em todas, mais vezes na do Canadá. Tive muitas reuniões na da Irlanda mas ainda no tempo em que estava situada em frente à residência oficial do Primeiro Ministro.


No caso da Irlanda houve um período em que era convidado regularmente no dia 17 de Março, St. Patrick’s Day, para uma receção na residência do Embaixador, situada na mesma rua em que eu tinha morado, quando ainda em casa dos meus pais. A residência não era muito grande, nem o jardim, pelo que mais tarde passaram a celebrar o dia num hotel. Um pormenor importante: procurava sempre usar qualquer coisa verde, normalmente a gravata.


Fui também convidado, mas apenas uma vez, para um almoço na residência do Embaixador da Austrália, na altura uma senhora. Ficava também no Restelo, numa rua um pouco mais acima.

Quanto ao Canadá houve um período em que era convidado regularmente para eventos de carater cultural que tinham lugar no Palácio Foz ou noutros locais.


Em relação à Alemanha, atendendo ao facto de, durante muitos anos, ter sido Presidente da Associação de Cooperação Portugal – R. F. Alemanha, era normalmente convidado no dia 3 de Outubro, Dia da Unidade Alemã, para uma reunião na residência do Embaixador, também situada na rua onde tinham residido os meus pais.


Tive também várias reuniões na Embaixada, no Campo dos Mártires da Pátria. Houve um ano em que surgiu uma situação embaraçosa. Um novo Embaixador manifestou interesse em conhecer-me e agendámos uma reunião para determinado dia. Nesse dia, ao chegar à Embaixada informaram-me que o Embaixador tinha saído pouco antes. Achei estranho, mas decidi aguardar. Recebo então um telefonema do meu escritório a dizer que o Embaixador estava lá, à minha espera. Regressei a jacto ao escritório, mas foi uma situação muito constrangedora porque o escritório estava com o seu aspeto habitual em dias de trabalho, que não era aquele que eu teria gostado que o embaixador visse.


No caso do Japão, atendendo a também ter pertencido durante bastante tempo à Direção da Associação de Amizade Portugal-Japão e mais tarde ter sido Presidente da Assembleia Geral, fui tendo contactos com os sucessivos embaixadores, normalmente convidados para as nossas Assembleias Gerais e para o jantar que se seguia.

Fui também convidado para receções na residência do Embaixador, no Restelo. Nessas receções tive a oportunidade de constatar a extraordinária popularidade que a nossa campeã olímpica Rosa Mota tinha junto aos japoneses. Era uma loucura, todos queriam tirar uma fotografia com ela. A atleta, que é extraordinariamente simpática, acedia sempre com um sorriso.


Houve um Embaixador que teve uma relação com a nossa Associação mais próxima e convidou a nossa Direção, por duas vezes, para um almoço. O primeiro foi um almoço inesquecível pelo requinte e pela variedade de pratos. Cada nova iguaria era servida num prato diferente que tinha alguma relação como que estávamos a comer. No meio daquela variedade apareceu um caldo com pedaços de qualquer coisa que me deixou na dúvida de como devia proceder: Usar uma colher ou os chopsticks. Segui a técnica que quem vai a este tipo de receções deve conhecer. Aguardei que a Embaixatriz começasse, para depois a copiar. E ainda bem que o fiz, porque ia fazer asneira.


E chegamos finalmente aos Estados Unidos da América, com quem mantive um contacto regular devido ao facto de os principais programas e cursos que eu promovia terem como destino aquele país. Fui inúmeras vezes à Embaixada para reuniões, na maior parte dos casos com o Adido Cultural ou alguém do seu departamento. Achava sempre piada ao ritual por que tinha que passar logo à entrada, com os marines a controlarem tudo o que levava comigo antes de me deixarem entrar. Por vezes era também convidado para reuniões com delegações de universidades americanas que se deslocavam ao nosso país.


Depois havia o 4th of July. Houve uns anos em que se realizou na residência do Embaixador, na Lapa, mas a partir de certa altura, com o aumento no número de convidados, passou a realizar-se na Embaixada, na parte superior, onde ficava o palacete da Quinta do Pinheiro. Atendendo ao cerimonial de que os americanos não abdicam no seu dia nacional, só num espaço como o que existe nesta parte da Embaixada é que tal cerimonial é possível. Há sempre um discurso do Embaixador, o cerimonial das bandeiras pelos marines e uma parte de convívio, com música, em que de repente os americanos esquecem todo o formalismo anterior. É muito curioso e diferente de todas as celebrações idênticas de outros países.


A descrição já vai longa, mas ainda tenho pelo menos uma história, muito curiosa e divertida, que fica para outra oportunidade.



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