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Go take a shower


Ocorreu-me publicar este texto enquanto tomava um dos meus loooongos chuveiros matinais. São mesmo longos, gasto muito mais em gás e água do que qualquer pessoa normal.

Mas sem eles praticamente nada do que consegui na vida teria acontecido.


Arquimedes, ao tomar banho, criou o famoso Princípio de Arquimedes que todos nós papagueamos no ensino secundário.


Pois bem, toda a minha criatividade, todas as ideias novas que tive surgiram no banho. Por banho quero dizer chuveiro, duche*, se quiserem, pois não gosto de banhos de imersão.

É durante esse período, que pode ser bastante longo, que encontro soluções para todos os problemas e ideias que tanto podem vir a ter desenvolvimento imediato como daí a bastante tempo. É no chuveiro que crio.



Pouca gente está ao corrente deste meu hábito, mas por vezes tenho-o revelado a outras pessoas. Isso acontecia sobretudo quando participava em reuniões internacionais com a duração de vários dias. Normalmente colocavam duas pessoas em cada quarto, pelo que eu avisava sempre o meu parceiro na altura dos meus hábitos “chuveirais”. Ou ele ia tomar banho primeiro ou corria o risco de ficar imenso tempo à espera.


Esse hábito começou a ser conhecido naqueles grupos mais pequenos, Direções, Grupos de Trabalho, a que eu pertencia ou para que era convidado.


Nas reuniões do Board da EFIL, da qual fui Presidente mas onde o nosso relacionamento era muito informal, tínhamos por vezes que preparar apresentações de projetos a determinados Departamentos da Comissão da União Europeia, pois conseguir subsídios para a sua concretização era fundamental.

Também participei em duas Task Forces do AFS/International, em Nova Iorque, nos quais um grupo de elementos selecionados de organizações de todos os Continentes tinha que elaborar projetos que se iriam mais tarde aplicar em todo o mundo. Gostei particularmente da preparação de novos modelos de formação para todos os Diretores de organizações nacionais que tinham assumido o cargo há pouco tempo.


Ora bem, nalgumas dessas sessões de trabalho chegávamos a situações de impasse. O problema em mãos era complicado, não nos ocorriam soluções. Era nessas alturas que os meus colegas se viravam para mim e diziam: “António, go take a shower!”


Claro que o facto acabou por ficar conhecido pelos colegas do resto do mundo, pelo que chegou a acontecer, numa altura em que, em plenário, se discutia um assunto delicado que necessitava de uma solução urgente, o Presidente internacional virar-se para os participantes e dizer: “Shall we ask António to leave?”


*Duche é um termo que não sei se ainda é muito usado, mas era há uns anos atrás. Tem origem na palavra francesa “douche”. Mas atenção, pode tratar-se de uma palavra perigosa em certos contextos.

Sugiro que leiam um artigo que irei escrever futuramente sobre palavras idênticas mas com significados muito diferentes, consoante o idioma ou o país em que nos encontramos.


Vão-se divertir bastante, prometo.

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