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Foto do escritorantvaladas

Kuala Lumpur

Ao passar pelo capítulo relativo à Malásia do livro de Patrícia Carvalho dei-me conta que no meu apenas falara do meu encontro com os “portugueses” de Malaca.


A seguir a Malaca fui para Kuala Lumpur onde fiquei a conhecer melhor alguns pormenores interessantes sobre o país. Não encontrei apontamentos e vou-me referir a uma visita efetuada em 1987, mas vou procurar transmitir aquilo que fiquei a saber na altura.


Vinha de um Congresso Mundial que se tinha realizado na Tailândia e o Diretor da organização malaia presente no Congresso, quando soube que estava a pensar ir á Malásia a seguir, convidou-me para o visitar em Kuala Lumpur.

A arquitetura da cidade refletia a variedade étnica, cultural e religiosa que encontramos na Malásia.

A população divide-se em três grandes etnias: malaios, chineses e indianos. Fui a casa do meu anfitrião no dia em que ele dava uma festa. Ele era de etnia indiana e a sua namorada de etnia chinesa. Os convidados dividiam-se entre as duas etnias.


O meu anfitrião, esqueci-me do nome, explicou-me que estava a assistir a um tipo de festa muito raro na Malásia. As três etnias co-existiam e aceitavam-se mas evitavam misturar-se. O facto de ele ter uma namorada chinesa, sendo indiano, era pouco vulgar.


Chamou-me ainda a atenção para outro pormenor: “Vês aqueles que estão com um turbante?”, disse ele. “São Sikhs. Na Índia dificilmente irias encontrar sikhs e hindus misturados, mas aqui, como somos do mesmo país originalmente, juntamo-nos”.


As viagens, sobretudo quando vamos com vontade de conhecer os povos que visitamos, alargam sempre mais os nossos horizontes. Dão-nos uma forma de ver o mundo mais aberta, mais tolerante.

Fiquei a saber que a diversidade étnica explicava a diversidade religiosa. Havia muçulmanos, hinduístas, budistas, taoistas, confucionistas e católicos.


Explicaram-me também que as etnias hindus e chinesas eram as mais ricas e quase toda a atividade industrial e comercial de relevo estava nas suas mãos. Isso fazia com que o governo tivesse estabelecido leis que, em termos de educação e acesso ao mercado de trabalho, dava condições especiais aos malaios, no fundo a etnia que estava na origem do país.


A forma de governo, para variar, também saía dos sistemas tradicionais ocidentais. Era uma monarquia eletiva. O país era constituído por nove estados, tendo cada um deles o seu sultão. Eram eles que elegiam entre si aquele que iria ser o rei.


Nas voltas que dei por Kuala Lumpur nos poucos dias que lá estive pude constatar que, em termos arquitetónicos, todas as etnias e religiões estavam ali bem representadas. Templos hindus, budistas e mesquitas apareciam lado a lado com edifícios a recordar o Império Britânico, como uma estação de comboios, ou ainda edifícios mais recentes de arquitetura bastante moderna. Note-se que em 1987 ainda não existiam as famosas Petrona Towers.


Aproveitei para visitar tudo o que me despertou o interesse ou a curiosidade e para conhecer a grande variedade gastronómica à minha disposição.

Num dos dias, já cansado de andar a pé e com bastante fome dei-me conta de que estava num bairro chinês. Todos os restaurantes tinham as ementas em chinês. Acabei por entrar para um e apontei na ementa para um prato que, pela ilustração, me pareceu apetecível.

Comi e paguei mas à saída tive curiosidade de saber o que tinha realmente comido. Pedi para me mostrarem numa grande montra de vidro que havia perto da entrada. Era cobra. Tinha estado a comer cobra!


Acho que o meu estômago, nessa altura, hesitou. Fica, não fica? Ficou.



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