Ferragosto é, conforme informa a Wikipedia, um feriado italiano celebrado no dia 15 de agosto. Originalmente, estava relacionado à celebração do meio do verão e o fim do trabalho de colheita nos campos. Com o tempo, a Igreja Católica passou a adotar essa data para comemorar a assunção da Virgem Maria. Atualmente, Ferragosto é um feriado em que milhões de italianos saem de suas cidades natais.
Pranzo di Ferragosto, com o titulo português de “Almoço em Agosto”, é um filme notável e divertidíssimo realizado em 2008 por Gianni di Gregorio, que é também o intérprete principal do filme.
Desde a minha primeira visita a Itália em 1962, relatada no meu livro no capítulo intitulado “La Dolce Vita”, que tudo o que é Italiano de seduz. As cidades, vilas e até aldeias, quase todas dignas de uma visita pelo seu interesse histórico e monumental, a cultura, as paisagens, a culinária, o cinema a música a literatura, a língua e os suas variadas formas idiomáticas e, claro, as pessoas.
Podemos considerar os italianos muito parecidos connosco, isso podemos reconhecer ao ver o filme, mas ao mesmo tempo substituíram a nossa faceta mais tristonha, fatalista e por vezes acomodada por uma forma de estar mais alegre, extrovertida e mesmo contestatária.
Costumo dizer que os italianos até quando são vigaristas são engraçados.
Uma das formas que tenho de me recordar das minhas muitas e boas experiências em Itália é a de todos os anos, no dia 15 de agosto, ir almoçar fora.
Vou aproveitar a oportunidade para referir outros hábitos, ou gostos, que adquiri, em termos de culinária, por influência italiana.
1. Nenhum prato principal tem massa como acompanhamento. A “pasta” é um prato por si, normalmente um primo piato que pode substituir a sopa. Hoje em dia já constitui o prato principal de muitas refeições.
2. Nunca cortar a massa com uma faca. Tagliare la pasta, mai! É um pecado capital.
3. O prato principal é apresentado normalmente sem acompanhamentos. O “contorno” será escolhido na altura.
4. O cappuccino é tomado até às 11h30 da manhã. A partir do almoço, nunca! Os cafés e restaurantes portugueses não sabem fazer um cappuccino decente.
5. Para além dos gelados, os italianos fazem uns frullati (batidos) simplesmente deliciosos. E variados.
6. Foi em Itália que comecei a gostar de mexilhão. Não foi na Bélgica, como seria natural pensar. Em1962 sempre que ia a Ostia comia uma deliciosa zuppa di cozze.
7. Foi também em Itália que descobri e rúcula, um vegetal totalmente ignorado em Portugal na altura. Tive que esperar imenso tempo até a rúcula se tornar popular em Portugal.
Ficaram com fome? Buon appetito!
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